ainda há azuis....
porque nada mais preciso escrever...
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porque nada mais preciso escrever...
Há dias em que não me lembro do teu rosto. Procuro-o com aflição nas pregas mais vincadas da memória e não o encontro... Perdi-o já, envolto na névoa do tempo que apagou os traços do teu perfil, a exacta cor dos teus olhos, o tom da tua pele, a curva das sobrancelhas...
E sabes... a dor maior de todas é saber que para além de te ter perdido, já não consigo encontrar-te dentro de mim.
Arte: Mariusz tawarski
Há momentos em que é bom calar as palavras e permanecer em silêncio...deixar o resto das folhas soltas cair... viver na simplicidade dos dias. Arrumei as gavetas onde guardo cartas antigas que querem de novo murmurar-me segredos... Que não se esgotem os sonhos e se partilhem os abraços.
Preciosos os corações que não guardam mágoas, só acomodam ternuras.
Beatriz
Arte: Kamille Corry
Há tardes em que o sol aproxima quem se conhece através da poesia e das coisas sensíveis, sem peso. Assim as horas correm aceleradas no coração das palavras.
Ainda o girassol espera por beber de outra fonte mais fresca.Na oliveira ficou um véu de luz que se acomodou no ocaso.
Uma palavra de gratidão imensa pelo destaque do meu texto "Kintsugi também é uma filosofia de vida."
Era noite. Aqui, olhava as bátegas de água e os clarões dos relâmpagos. Tanta chuva lá fora.Neste tempo...Tão difícil... Arrancam-se as folhas das árvores das ruas e dos jardins. Despe-se a natureza e a sua nudez, tal como a nossa, acentua a desproteção sentida no caminho invernoso.
A água devastou, mas lavou. Algures, um malmequer/bem me quer qualquer rompe o asfalto como sinal de esperança.
A reclusão imposta por intempéries aproxima-nos da voz do silêncio. Lá fora, os passarinhos não voam.
Tudo foi. Tudo passou.