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o tempo das palavras

Escrever palavras em pedaços de papel. Tudo nos é devido nas incertas alturas. O improvável torna - se algo de concreto. Hoje, metade de mim é surpresa ,a outra nem sei. Malabarismos da vida...

já não consigo encontrar-te

23.01.23 | o tempo das palavras

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Há dias em que não me lembro do teu rosto. Procuro-o com aflição nas pregas mais vincadas da memória e não o encontro... Perdi-o já, envolto na névoa do tempo que apagou os traços do teu perfil, a exacta cor dos teus olhos, o tom da tua pele, a curva das sobrancelhas...

E sabes... a dor maior de todas é saber que para além de te ter perdido, já não consigo encontrar-te dentro de mim.

calar as palavras, acomodar ternuras...

13.01.23 | o tempo das palavras

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Arte: Mariusz tawarski 

Há momentos em que é bom calar as palavras e permanecer em silêncio...deixar o resto das folhas soltas cair... viver na simplicidade dos dias. Arrumei as gavetas onde guardo cartas antigas que querem de novo murmurar-me segredos...  Que não se esgotem os sonhos e se partilhem os abraços.

Preciosos os corações que não guardam mágoas, só acomodam ternuras.

Beatriz 

a água devastou, mas lavou...

03.01.23 | o tempo das palavras

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Era noite. Aqui, olhava as bátegas de água e os clarões dos relâmpagos. Tanta chuva lá fora.Neste tempo...Tão difícil... Arrancam-se as folhas das árvores das ruas e dos jardins. Despe-se a natureza e a sua nudez, tal como a nossa, acentua a desproteção sentida no caminho invernoso.
A água devastou, mas lavou.  Algures, um malmequer/bem me quer qualquer rompe o asfalto como sinal de esperança.
A reclusão imposta por intempéries aproxima-nos da voz do silêncio. Lá fora, os passarinhos não voam.
Tudo foi. Tudo passou.