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o tempo das palavras

Escrever palavras em pedaços de papel. Tudo nos é devido nas incertas alturas. O improvável torna - se algo de concreto. Hoje, metade de mim é surpresa ,a outra nem sei. Malabarismos da vida...

Kintsugi também é uma filosofia de vida

30.12.22 | o tempo das palavras

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No Japão existe uma antiga tradição chamada Kintsugi, na qual objetos quebrados são consertados com pó de ouro e cola. Portanto, os objetos que são reparados dessa maneira são mais valiosos para seus proprietários. Acham que "as cicatrizes" fazem parte do objeto e representam um momento único em suas vidas. Em vez de serem escondidos, deveriam ser motivo de orgulho. Esses objetos "quebrados" ficam mais bonitos depois de reparados.

Kintsugi também é uma filosofia de vida, pessoas quebradas não são descartadas; eles são reparados e suas cicatrizes assim como os objetos reparados com Kintsugi os tornam mais valiosos e bonitos.

a perfeição pertence ao divino, não aos humanos

27.12.22 | o tempo das palavras

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Arte: Isabele Tremblay 

Às vezes escorrego para dentro de mim, deixo-me cair num daqueles desfiladeiros que existem no meu peito... e a queda arranha-me os sonhos, rasga-me as emoções em pequenos pedaços de uma dor escura.  Outras vezes perco-me.Engano-me na rota traçada,  no meu marear em dias de oceanos revoltos que me obrigam a naufragar algures, cá dentro, nos lugares do coração... Porque às vezes só há silêncio, ecoando assustador como uma infinita noite de insónia... e a névoa salgada nos meus olhos cega-me, impede-me de descobrir a saída... uma saída.  Às vezes tropeço nos meus próprios passos e tombo como ave ferida num voo audaz, embrulhada num cansaço frio, presa a um desânimo sem fim... Porque sou humana. E imperfeita.

nas horas que restam deste ano, tenho uma prece de infinita gratidão

22.12.22 | o tempo das palavras

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O tempo é uma entidade que me questiona e intriga. Tem a força imparável da vida a passar veloz e obriga-me a parar, sentada no meu vazio momentâneo. Pergunta-me com a sobrancelha levantada, com ar de desafio, o que faço eu deste dom precioso.
Aí, eu faço uma curta análise do que fiz com as preciosas colheradas deste 'ouro' que me é generosamente dado.
Nas horas que restam deste ano, tenho uma prece de infinita gratidão

O 'Senhor Tempo' deu-me a mão, largou-a quando tive de sentir o peso das minhas fragilidades. Voltou a dar-me a mão para que eu acertasse o passo com o compasso dos momentos favoráveis e, com a outra mão foi abrindo e fechando janelas e portas através das quais eu vislumbrava em segundos o que devia aceitar e ao que tinha de voltar as costas.
Por todas as coisas estou grata. Pelos sorrisos e pelas lágrimas, pelos momentos em que me senti só, pelo afecto e carinho dos que chamo de amigos.

entre o nada e a completude

19.12.22 | o tempo das palavras

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Arte : Solly Smook Otjiwarongo-Namibia 

Juntei uma a uma as pedras roladas na areia. O vento, suspenso como uma balada tinha aproximado uma onda, espuma que se desfez aos meus pés. Anoiteceu no céu, cortina de panos entre o nada e a completude.
Tudo nos é devido nas incertas alturas. O improvável torna - se algo de concreto.]

 

romper todas as limitações

19.12.22 | o tempo das palavras

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Há momentos em que o rio que corre dentro de nós transborda das margens, tal a irreprimível vontade de romper todas as limitações que nos são impostas...

[Tudo nos é devido nas incertas alturas. O improvável torna - se algo de concreto. Hoje, metade de mim é surpresa ,a outra nem sei. Malabarismos da vida...] 

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